A
carta a baixo foi escrita pelo professor Alcindo Pereira da Silva como resposta
ao convite de formatura de sua ex-aluna Marilza Martins Fonseca de Souza.
O
professor Alcindo Pereira da Silva nasceu em Portugal no ano de 1916. Filho de
pais separados, nuca conheceu o pai. A mãe alegava que o companheiro era alcoólatra
e a violentava. No ano de 1936, Alcindo
embarcou para o Brasil junto ao irmão e a mãe. Foram morar no Rio de Janeiro, onde
a mãe veio a falecer pouco tempo depois.
Alcindo
nunca havia frequentado escola regular. Para se sustentar, engraxava sapatos. Com o dinheiro que ganhava construiu uma pequena biblioteca. Através dos livros
tomou conhecimento dos ideais comunistas, pelas quais lutou durante toda sua
vida.
As
detenções sob a acusação de subversivo eram frequentes. No ano de 1956, após de
um desses episódios ele conheceu, na rua, o Sr. José Gomes Martins. Após longa
conversa, esse senhor percebeu a perspicácia daquele jovem e o convidou para
morar e trabalhar em sua casa no interior de Minas Gerais. Na comunidade do
Córrego Rico, na cidade de Lajinha, Alcindo lecionou para as filhas de Seu José
e para as crianças que moravam naquele povoado.
As
aulas eram ministradas em uma tulha, na propriedade de Seu José, utilizada para
armazenar sacas de café. Esse espaço ganhou algumas carteiras e um quadro negro
em uma de suas paredes de tábua. Ali, o agora professor, Alcino lecionou por
aproximadamente 12 anos. Após esse período, foi convidado a lecionar em na
comunidade de Sebastião da Vala no município de Mutum.
Em
1973 ele recebeu uma carta de uma ex-aluna, Marilza, filha caçula de Seu José.
Junto à carta, ela enviou seu convite de formatura em magistério. A resposta a carta ainda é guardada por Marilza que, gentilmente, concedeu sua publicação nesse blog.
Linda a história, me emocionei, como são sábias as palavras deste professor.
ResponderExcluir